Última alteração: 28-11-2018
Resumo
Introdução: A prática médica tem como objetivo cuidar, reduzir ou eliminar o sofrimento dos que procuram algum atendimento de saúde, entretanto, também possui o potencial de causar efeitos adversos. A ocorrência desses é um indicador de extrema importância da qualidade da assistência prestada. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) indicam que a cada 10 pessoas que precisam de cuidado em saúde, pelo menos uma sofrerá algum agravo decorrente de efeitos adversos1. Assim, faz-se necessário conscientizar profissionais de saúde quanto à notificação dessas ocorrências e de práticas gerenciais não punitivas, bem como estimular um olhar crítico e investigativo sobre as falhas existentes no sistema e promover correções pelo próprio serviço através de ações que visem a segurança do paciente2. Metodologia: Busca ativa de artigos científicos que continham cirurgia segura e clínica cirúrgica como palavras chave e análise de alguns deles. Objetivo: Compreender as diretrizes e as necessidades da prática cirúrgica atualmente. Resultados: O ato cirúrgico, propriamente dito, envolve riscos e responsabilidades do paciente, do cirurgião e do hospital em diversos graus de intensidade3. Embora as taxas de mortalidade e as complicações pós-cirúrgicas sejam difíceis de comparar devido à grande variabilidade de casos, estudos em países em desenvolvimento sugerem uma taxa de mortalidade de 5 a 10% associada às cirurgias maiores, sendo que cerca de metade dos eventos adversos nestes estudos foi determinada como evitável. Assumindo uma taxa de eventos adversos perioperatórios de 3% e uma taxa de mortalidade de 0,5% no mundo, quase 7 milhões de pacientes cirúrgicos sofreriam complicações significativas a cada ano, sendo que 1 milhão morreria durante ou imediatamente após a cirurgia5. Além disso, os estudos avaliados demonstraram que a taxa de erro humano cometido por profissionais de saúde é elevada. Estima-se 150.000 óbitos por ano nos USA e 80.000 por ano na Grã-Bretanha, sendo a 3ª causa de mortalidade após o câncer e as cardiopatias. Não há estimativa desses números no Brasil4. Para evitar esse tipo de intercorrências, uma interessante prática tem se difundido pelos hospitais: a do “time-out”. A ideia é checar todas as possibilidades de eventuais falhas que possam ocorrer no procedimento cirúrgico, falhas por erros em diversos níveis de responsabilidade compartilhadas entre o hospital, o médico e os familiares do paciente, no caso de pessoas dependentes3. Conclusão: Visto que as complicações cirúrgicas correspondem a uma grande proporção das mortes e injúrias médicas que podem ser preveníveis em todo o mundo e que pelo menos metade dos eventos ocorre durante a assistência cirúrgica5, é necessário continuar buscando aprimoramento no conhecimento sobre segurança do paciente na cirurgia. É fundamental também uma mobilização intra-hospitalar, buscando a criação de mecanismos de padronização dos procedimentos, bem como estudo das estatísticas internas. Dessa forma, pode-se perceber onde se erra mais e tentar encontrar formas de atenuar esses erros.
Blibliografia:
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