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IMPORTÂNCIA DO CHECKLIST DE SEGURANÇA PARA PREVENÇÃO DE INFECÇÃO DE SÍTIO CIRÚRGICO
Última alteração: 28-11-2018
Resumo
INTRODUÇÃO: Dentre as infecções hospitalares, a infecção de sítio cirúrgico (ISC) é um dos principais riscos à segurança dos pacientes nos serviços de saúde. É um dos principais alvos da vigilância epidemiológica nas instituições de saúde e, no Brasil, dentre todas as infecções relacionadas à assistência à saúde, ocupa a terceira posição. Um episódio de ISC prolonga o tempo de internação, em média sete a onze dias e o risco de mortalidade é de duas a onze vezes maior, comparando pacientes com e sem infecção, além de impactar negativamente na qualidade de vida dos pacientes. O movimento em prol da segurança do paciente, visa melhorar a segurança por meio da adoção de uma lista de verificação cirúrgica ou checklist. Dois dos dezenove itens da lista estão diretamente relacionados a prevenção da ISC: administração da antibioticoprofilaxia cirúrgica e esterilização dos equipamentos a serem utilizados no ato cirúrgico. OBJETIVO: Mostrar a importância da adoção do checklist de segurança no ato cirúrgico de forma a prevenir infecção de sítio cirúrgico e assim reduzir a morbimortalidade em decorrência disso e melhorar a segurança do paciente. METODOLOGIA: este estudo constitui-se de uma revisão de literatura, no qual realizou-se uma consulta a artigos científicos dentre os períodos de 2000 e 2018, a partir da base de dados do Scielo. A pesquisa dos artigos foi realizada em outubro de 2018. Os indexadores utilizados para selecionar os artigos para revisão foram “segurança do paciente”, “infecção em cirurgia” e “segurança cirúrgica”. RESULTADOS: nos estudos encontrados sobre infecções de sítio cirúrgico (ISC), com e sem intervenção do checklist, aponta-se que no período pré-intervenção (2006-2009), de 5.481 cirurgias limpas, a taxa de ISC foi de 4,17%. Já no período pós-intervenção (2011-2014), de 9.838 procedimentos, a taxa de ISC foi de 1,10%, respectivamente (p<0,05). Sobre o registro e conteúdo de checklists para cirurgia segura, para diminuir o risco de ISC, a equipe deve confirmar o uso de profilaxia antimicrobiana no período de 60 minutos antes da incisão cirúrgica. Evidenciou-se que dos 257 checklists avaliados, a realização da antibioticoprofilaxia foi confirmada em 85,2% das cirurgias. CONCLUSÃO: As ISC são eventos adversos preveníveis que demandam esforços dos profissionais e instituições de saúde para sua redução.A patogênese da ISC depende de fatores relacionados ao paciente, à equipe cirúrgica, ao procedimento e a contaminação do sítio cirúrgico por microrganismo durante a cirurgia, sendo este último o fator determinante. A administração do antimicrobiano no momento certo é um fator de extrema importância para prevenção da ISC e a baixa adesão ao horário recomendado pode contribuir para este desfecho. Considerando-se os estudos avaliados, apesar da variabilidade presente de checklists em diferentes instituições de saúde, ações simples conforme as recomendações da Organização Mundial da Saúde podem contribuir para a redução da ocorrência de infecções de sítio cirúrgico. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:1. Prates, CG; Stadñik, CMB; Bagatini, A; Caregnato, RCA; Moura, GMSS. Comparação das taxas de infecção cirúrgica após implantação do cheklist de segurança. Acta paul. enferm 2018; 31(2): 116-122.2. Amaya, MR; Maziero, ECS; Grittem, L; Cruz, EDA. Análise do registro e conteúdo de cheklists para cirurgia segura. Esc. Anna Nery 2015; 19(2): 246-251.3. Roscani, ANCP; Ferraz, EM; Filho, AGO; Freitas, MIP. Validação do checklist cirúrgico para prevenção de infecção de sítio cirúrgico. Acta paul. enferm 2015; 28(6): 553-565.4. Oliveira, AC; Martins, MA; Martinho, GH; Clemente, WT; Lacerda, RA. Estudo comparativo do diagnóstico da infecção do sítio cirúrgico durante e após internação. Rev. Saúde Pública 2002; 36(6): 717-722. 5. Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Critérios Diagnósticos de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde. Série Segurança do Paciente e Qualidade em Serviços de Saúde 2a ed. Brasília: Ministério da Saúde; 2017.