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Segurança no Uso de Anestésicos em Idosos no Peri e Pós-Operatório
Última alteração: 28-11-2018
Resumo
Introdução: A anestesia geral age predominantemente no Sistema Nervoso Central, repercutindo, também, em todos os aparelhos e sistemas do organismo. Seu mecanismo intrínseco de ação ainda não é completamente conhecido e, por isso, a possibilidade de algum prejuízo temporário ou permanente na cognição, memória e outros fatores fisiológicos podem estar associados. Objetivos: Este trabalho tem como objetivo fazer uma revisão de literatura visando as principais complicações, tanto mentais como físicas, apresentadas por pacientes idosos cirúrgicos no período peri-operatório e também na recuperação pós-anestésica. Metodologia: Estudo de revisão de literatura de artigos por pesquisa realizada nas bases de dados Scielo, Pubmed e na base de dados da Capes, utilizando como critérios de pesquisa as palavras-chaves “anestesia geriátrica”, “geriatria”, e “pós-operatório”. Resultados: A perda de cognição e memória em idosos após cirurgias é relatado em alguns estudos, mas é preciso considerar a existência de outros fatores pós-operatórios como a falta de sono, desidratação e analgésicos opioides. A associação recai sobre a anestesia, por ser o processo menos conhecido de todo o processo cirúrgico. Entretanto, é preciso considerar a existência de outras situações de pós-operatório que podem concorrer para o declínio mental. Há estudos na literatura que apontam a anestesia geral como causa de declínio cognitivo, baseados somente em informações de familiares. Como complicação fisiológica, a hipotermia aparece com maior frequência entre as complicações apresentadas por idosos de 60 a 69 anos, seguido de hipoxemia e delirium. Também, as complicações apresentadas pelos idosos foram analisadas e demonstrou-se relatar dor, náusea e vômito, além dos outros sintomas já citados. Esses aspectos foram analisados desde a hora da entrada, até o período pós-operatório. Outro fator importante é a alteração mecânica respiratória, volumes pulmonares e trocas gasosas causadas por algumas anestesias, o que ocorre com maior intensidade com o avançar da idade. Essas alterações podem persistir no pós-operatório resultando em hipoxemia. Conclusões: Dessa forma, os pacientes idosos constituem um desafio muito grande para a equipe de saúde na sala cirúrgica e no pós-operatório, pois devem considerar a alta prevalência de doenças associadas e as alterações funcionais decorrentes do processo de envelhecimento, sendo então necessário realizar uma boa avaliação pré-operatória. Além disso, os efeitos anestésicos em idosos ainda é um assunto que precisa ser aprofundado, pois há poucos estudos nessa área, o que dificulta as associações realizadas entre os anestésicos utilizados e os indivíduos dessa faixa-etária da população.Referências:BIAZZOTTO, C. B., et al. Hipotermia no período peri-operatório. Rev. Bras. Anestesiol., 2006.FCARCS, D. R. et al. Increased incidence of postoperative cognitive dysfunction 24 hr after minor surgery in the elderly. Can. J. Anesth, p. 137-142, 2005.FERNANDES, C. R.; RUIZ NETO, P. P. O sistema respiratório e o idoso: implicações anestésicas. Rev. Bras. Anestesiol., Campinas, v. 52, n. 4, p. 461-470, Julho, 2002.MENDOZA, I. Y. Q., PENICHE, A. C. G. Complicações do paciente cirúrgico idoso no período de recuperação anestésica: revisão da literatura. Ver. SOBECC, 2008.TSA, R. A. et al. Efeito da Anestesia Geral na Cognição e na Memória do Idoso. Rev. Bras. Anestesiol., Campinas, v. 54, n. 5, p. 687-682, 2004