Última alteração: 10-10-2017
Resumo
INTRODUÇÃO: Na complexa estrutura das organizações hospitalares interagem duas categorias profissionais de grande importância na execução às atividades inerentes a essas instituições: enfermeiros e médicos. Por atuarem de forma interdependente, mantém estreito vinculo, com um potencial para desencadear disputas pelo poder. OBJETIVO: O objetivo geral desse estudo foi conhecer como a literatura tem abordado a relação de poder, entre enfermeiros e médicos dentro da instituição hospitalar. MÉTODO: Revisão narrativa da literatura, utilizando como método de análise a “análise de conteúdo” descrita por Bardin. RESULTADOS: Com a reorganização hospitalar, o médico passa a ser a figura central. Passou a decidir quais de suas funções poderiam ser executadas pela enfermagem. Assim, a enfermagem ao executar procedimentos previamente definidos e estabelecidos pelos médicos, nasce como uma profissão complementar a medicina. Ao longo da história as mulheres aparecem desenvolvendo o cuidado aos doentes no trabalho caritativo, como religiosa, parteiras leigas e como voluntarias na assistência aos doentes. O currículo do curso de medicina foi feito para se desenvolver em turno integral, o que afastaria os alunos que necessitam trabalhar, fazendo com que a medicina seja uma profissão das classes mais abastadas. O curso de enfermagem pode atrair uma clientela menos favorecida economicamente. Ao lado das relações de gênero e das diferenças econômicas, o papel simbólico da figura do médico, também é fonte de autoridade, legitimando mais uma vez o poder do curador sobre a cuidadora. CONCLUSÃO: Este estudo oportunizou a compreensão de que tanto o nascimento das profissões de enfermeiro e de médico, como a questão de gênero e classe social que caracterizaram estes dois profissionais ao longo da história, contribuiu para o estabelecimento e manutenção do poder simbólico que ambos possuem perante a comunidade civil, acadêmica e profissional.