Última alteração: 10-10-2017
Resumo
INTRODUÇÃO: As infecções relacionadas à assistência à saúde - IRAS; são responsáveis por consideráveis aumentos da morbidade e mortalidade de pacientes e são reconhecidamente um dos problemas mais críticos de segurança assistencial. A vigilância epidemiológica é um importante instrumento de prevenção e controle de infecções, permitindo a detecção de patógenos emergentes, monitoração das tendências epidemiológicas e mensuração da eficácia das intervenções. O processo de vigilância epidemiológica ativa na admissão hospitalar trata-se de uma estratégia institucional que busca reduzir ou eliminar riscos evitáveis, através da identificação de infecções ou colonizações por microrganismos resistentes, visando com esta informação definir as condutas adequadas para evitar a disseminação destes microrganismos no ambiente hospitalar, garantindo uma assistência de maior qualidade e segurança aos pacientes. OBJETIVO: Avaliar os resultados das culturas de vigilância epidemiológica coletadas durante a admissão hospitalar. MÉTODOs: Estudo epidemiológico, retroativo e descritivo realizado com os pacientes que coletaram culturas de vigilância na admissão a um hospital privado de grande porte de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, no período de 01 de janeiro à 30 de junho de 2016. RESULTADOS: Do total de 297 pacientes, (16%) apresentaram microrganismos resistentes. RESULTADOS positivos foram mais frequentes em pacientes acima de 60 anos (71%) e procedentes de outras instituições de saúde (59%) ou de instituições de longa permanência (35%). Os microrganismos isolados foram: Acinetobacter (46%), Enterobactérias produtoras de carbapenemase (37%), Enterobactérias resistentes a carbapenêmicos (12%), Staphylococcus aureus (3%) e New Delhi metallo-beta-lactamase (2%). CONCLUSÃO: A colonização por microrganismos resistentes é um fator de risco associado à IRAS. Deve-se considerar que o custo de um paciente que adquire uma infecção pode ser até três vezes maior do que o de um paciente sem infecção. Além de prolongar o período de hospitalização, aumentar os índices de morbimortalidade, o consumo de antibióticos e os gastos com isolamentos e os exames laboratoriais. Juntamente, com o impacto que causa nas relações emocionais e socioeconômicas do paciente, da família e comunidade. Estima-se que no Brasil 5% a 17% dos pacientes internados adquirem algum tipo de infecção hospitalar. Esta situação é agravada quando o paciente necessita de internação em Unidades de Terapia Intensiva - UTI; aumentando a probabilidade de cinco a dez vezes mais em adquirir infecção que aqueles de outras unidades de internação do hospital.