Palavras-Chave: Câncer de pele; Prevenção.

Introdução: o câncer de pele é o câncer mais frequente no mundo e vem tendo uma incidência crescente nas últimas décadas. Há uma série de fatores que podem justificar essa situação, como o aumento da exposição à radiação ultravioleta e a degradação da camada de ozônio. Pode ser classificado em câncer de pele não melanoma (CPNM) e melanoma maligno (MM). Por ser uma doença cuja incidência vem aumentando e que determina altos custos para a saúde pública, são necessárias intervenções de educação que visem prevenção e estratégias de rastreamento para diagnóstico precoce para que seja reduzido o impacto na população.

Metodologia: anualmente é feito um mutirão aberto à população de Canoas no HU da ULBRA, em parceria com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, com participação de acadêmicos de Medicina, médicos dermatologistas e cirurgiões plásticos. O primeiro foi em 30/11/2013 e outros foram realizados em 29/11/2014 e 07/11/2015. A finalidade do mutirão consiste em divulgar à população a importância da prevenção do câncer de pele, orientação sobre cuidados necessários e o rastreamento e tratamento de neoplasias cutâneas e lesões pré-malignas. Os pacientes que procuraram o serviço tiveram suas peles examinadas pelos estudantes, sob supervisão de dermatologistas, e os casos de neoplasias diagnosticados em 2014 foram tratados pelos cirurgiões plásticos e tiveram seguimento no ambulatório de Dermatologia no ano de 2015.

Resultados: no mutirão de 2014 foram realizados 60 atendimentos, conforme planejamento prévio. Média de idade foi de 63 anos e 51,6% eram homens. Setenta por cento dos pacientes foram considerados como portadores de risco significativo para câncer de pele. Mais da metade (58,3%) relatou exposição ao sol sem proteção. Foram detectados 9 casos (15%) de lesões altamente suspeitas, as quais foram biopsiadas ou excisadas. Foram diagnosticados 6 carcinomas basocelulares e 1 carcinoma espinocelular (CPNM). Vinte e três pacientes (38,3%) tiveram diagnóstico de ceratoses actínicas (lesões pré-câncer) e foram submetidas a tratamento com criocirurgia. Em 2015 foram feitas consultas de revisão para seguimento dos casos diagnosticados e incluídos 87 novos pacientes, oriundos do ambulatório de Dermatologia com necessidade de procedimento criocirurgia (não oferecido na rede pública de Canoas). No último mutirão, em 07/11/2015, foram examinados 40 pacientes.

Discussão: o número de pacientes atendidos no último mutirão (40) foi menor que o previsto. Atribui-se a uma menor divulgação realizada em 2015. Os veículos de comunicação locais não expuseram a contento as sugestões de pauta da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Apesar disso, a atividade foi muito proveitosa. Os alunos do Curso de Medicina da ULBRA compareceram e auxiliaram nos atendimentos, tendo contato com a população e com o processo diagnóstico de várias lesões de câncer de pele.

Conclusão: o câncer de pele é doença de alta prevalência em nosso meio e cuja incidência está em ascensão. Intervenções que tenham o objetivo divulgar à população a importância da prevenção e diagnóstico precoce são importantes para redução dessa estatística. O tratamento e acompanhamento de pacientes com lesões malignas e pré-malignas de pele tem o potencial de atenuar a morbidade e mortalidade associada à doença.