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PREVENÇÃO DO CÂNCER DE PELE – TRATAMETO DE LESÕES PRÉ MALIGNAS
Manoela Biasuz Bossle

Última alteração: 19-06-2017

Resumo


INTRODUÇÃO

Ceratoses actínicas são lesões de pele que aparecem em áreas frequentemente expostas ao sol. Geralmente múltiplas, podem se apresentar de diferentes aspectos: avermelhadas e descamativas, ligeiramente acastanhadas, aderentes, duras ou ásperas, conferindo um aspecto de lixa ao toque. Ocasionalmente provocam coceira, sensibilidade ou dor. Também podem inflamar, enrijecer e até sangrar. Pessoas de pele clara, cabelo loiro ou ruivo e olhos azuis e verdes têm mais susceptividade de desenvolver essas lesões. Mais comuns em pessoas idosas, pois resultam dos efeitos cumulativos à radiação ultravioleta ao longo da vida. Sua presença indica dano solar e, se não tratada, pode evoluir para um tipo de câncer de pele, o carcinoma espinocelular. Estima-se que 40-60% dos carcinomas de pele iniciem por causa de ceratoses actínicas mal tratadas ou não tratadas, que evoluem para os tecidos adjacentes. Por ser uma lesão pré-maligna ou pré-cancerosa, deve receber cuidado adequado e seu tratamento não deve ser negligenciado.

 

METODOLOGIA

Os pacientes com lesões pré-malignas que realizaram tratamento no ano de 2016 são oriundos da Campanha Nacional de Prevenção ao Câncer de Pele realizada no Hospital Universitário da ULBRA em 07 de novembro de 2015. Esses pacientes necessitam de múltiplos atendimentos e reintervenções para fazer o seguimento do seu diagnóstico. Também foram incluídos pacientes oriundos do ambulatório de Dermatologia com diagnóstico de lesões pré-malignas e que necessitam de procedimento criocirurgia, não oferecido na rede pública de Canoas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

De um total de 40 pacientes que foram atendidos na Campanha Nacional de Prevenção ao Câncer de Pele, 23 deles, ou seja, 57,5% foram diagnosticados com ceratoses actínicas. Esses pacientes foram submetidos a tratamento com criocirurgia e, ao longo do ano de 2016, realizaram consultas de revisão para seguimentos dos casos diagnosticados e novas sessões de criocirurgia, quando necessárias. Até o momento, dois pacientes precisaram realizar o procedimento novamente, pelo surgimento de novas lesões pré-malignas. Além desses, foram incluídos 23 novos pacientes oriundos do ambulatório de Dermatologia do Hospital Universitário da ULBRA com indicação de criocirurgia. Desses, 86,9% dos atendimentos foram em decorrência de lesões pré-cancerosas, as ceratoses actínicas, número que superou as expectativas previstas.

De fato, a ceratose actínica é muito prevalente em nosso meio, fato que pode, em partes, ser explicado pela composição étnico-racial da população: dos pacientes atendidos na Campanha Nacional de Prevenção do Câncer de Pele em 2015, 82,5% eram brancos. Além disso, diversos levantamentos apontaram que a maior parte da população se expõe ao sol sem a devida proteção. Assim, o tratamento das lesões pré-malignas é imprescindível a fim de diminuir o número de novos casos de câncer de pele. O tratamento oferecido aos pacientes do presente projeto é a criocirurgia, que consiste na aplicação de nitrogênio líquido sobre a lesão, levando ao congelamento das mesmas, sem a necessidade de remover tecido. As lesões reduzem de tamanho, viram crostas e caem. Se bem realizada, a criocirurgia apresenta taxas de recidiva menores que 10% sendo uma excelente opção de tratamento em casos selecionados.

 

CONCLUSÕES ou CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

O câncer de pele é doença de alta prevalência em nosso meio e cuja incidência está em ascensão. Em 2016, houve uma estimativa do Instituto Nacional de Câncer José Gomes de Alencar (INCA) de 5.670 casos novos no Brasil, sendo as maiores estimativas de incidência observadas nas regiões sudeste e sul, onde existe uma maior proporção de pessoas de origem étnica branca caucasiana. Dessa forma, intervenções que tenham o objetivo de divulgar à população a importância da prevenção e diagnóstico precoce são importantes para redução dessa estatística, assim como o tratamento e acompanhamento de pacientes com lesões malignas e pré-malignas de pele tem o potencial de atenuar a morbidade e mortalidade associada à doença.


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