A Incontinência urinária (IU) é definida como a perda involuntária de urina. Sua incidência nas mulheres aumenta com a idade, atingindo cerca de 25% destas após a menopausa. Apesar da perda involuntária de urina interferir de forma devastadora na qualidade de vida das mulheres, esta condição continua a ser sub-diagnosticada e sub-tratada, atingindo cerca de 50% da população feminina.¹ Estima-se ainda, que apenas uma em cada quatro mulheres sintomáticas procuram tratamento. A IU na mulher representa uma situação de elevada prevalência e de grande impacto físico, psíquico e social, constituindo um importante problema de saúde pública.² A fisioterapia uroginecológica para o tratamento da IU tem como principal objetivo o fortalecimento da musculatura do assoalho pélvico (MAP) e a conscientização corporal da região perineal, tendo em vista que muitas mulheres não sabem contrair adequadamente esta musculatura, contribuindo assim, para o enfraquecimento muscular e o surgimento de disfunções miccionais. Vários são os recursos utilizados no tratamento fisioterapêutico: eletroterapia, cones vaginais e a cinesioterapia (em solo e em meio aquático), porém, a adesão da paciente em realizar exercícios complementares em domicílio e algumas mudanças nos hábitos de vida são importantes para o sucesso do tratamento.³ Este projeto tem como objetivo investigar, prevenir e tratar mulheres com ou sem incontinência urinária da região do litoral norte do Rio Grande do Sul e justifica-se pela alta incidência de patologias geniturinárias entre as mulheres, o que representa um importante aspecto social a ser abordado pelos profissionais da saúde, tendo em vista que indivíduos com disfunções miccionais apresentam consequências físicas e sociais impactantes. Além disso, observa-se uma carência de informações e programas de atenção e tratamento às mulheres com IU. Todas as mulheres participantes deste projeto realizarão 10 sessões (1x/semana, por 1 hora) de fisioterapia (cinesioterapia aquática) para o fortalecimento da musculatura pélvica e conscientização corporal na clinica escola de fisioterapia da ULBRA TORRES, e serão avaliadas através do histórico uroginecológico atual e pregresso, bem como pelos questionários Kings Health Questionnaire (KHQ) e Consultation on Incontinence Questionnaire-Short Form (ICIQ-SF) e da avaliação funcional do assoalho pélvico (escala AFA), antes e após a intervenção. Esperamos que após a realização da fisioterapia, as voluntárias consigam reverter o quadro disfuncional, promovendo melhora da consciência corporal e ganho de força muscular na região pélvica, tendo em vista os benefícios da realização de exercícios em meio aquático. A água possui efeito de eliminar a ação da gravidade, tornando os movimentos mais fáceis, porém, com força efetiva e perceptível, promovendo assim a melhora visível da graduação da força muscular, socialização, aumento da autoestima e da qualidade de vida das participantes.