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REALIZAÇÃO DO TESTE DE MICRONÚCLEO, EM MUCOSA ORAL, PARA AVALIAR O RISCO OCUPACIONAL EM FUMICULTORES EXPOSTO A AGROQUÍMICOS.
Última alteração: 19-08-2015
Resumo
O Rio Grande do Sul (RS) é o Estado com maior produtividade de tabaco do Brasil, a qual tem grande importância na atividade econômica e social, mas requer extensa manipulação da planta do tabaco. A atividade expõe diretamente os produtores de tabaco à compostos orgânicos e inorgânicos, incluindo pesticidas e nicotina nas folhas de Nicotiana tabacum. O objetivo deste estudo foi detectar danos no DNA, em trabalhadores rurais, identificando morte celular, em células expostas a diferentes agentes, durante o período de colheita. Foi utilizado o teste de micronúcleo em Mucosa Oral em agricultores de Santa Cruz do Sul - RS. Um total de 137 indivíduos, sendo 77 agricultores (período de colheita) e 60 indivíduos controle (não expostos a folhas de tabaco ou outro tipo de agente) foram avaliados. O teste de Micronúcleos em Mucosa Oral avalia danos no DNA (micronúcleos e brotos nucleares), defeitos de citocinese (células binucleadas), e morte celular (células com cromatina condensada, cariorréticas, picnóticas e cariolíticas) no grupo dos agericultores, quando comparado com os indivíduos controle (P<0,001, Mann-Whitney test). Com esses dados, até o momento, podemos concluir que a prática de colheita das folhas de tabaco provoca um aumento da instabilidade genética (danos genéticos) e morte celular. O cultivo requer grande manipulação da planta de tabaco, e, consequentemente, os agricultores ficam expostos à uma mistura complexa de compostos. Nossos resultados indicam a necessidade de monitorar a toxicidade genética em trabalhadores rurais, expostos a pesticidas, bem como a necessidade de utilizar um equipamento de proteção adequado.