O objetivo do presente estudo foi estimar a incidência de traumatismos alveolodentários nos primeiros três anos de vida e investigar fatores de risco. Estudo de coorte foi realizado, tendo sido captadas ao nascimento crianças que nasceram em Porto Alegre/RS e cujas mães compareceram a Unidades Básicas de Saúde do município durante a gestação. Dados socioeconômicos e antropométricos foram coletados ao nascimento e 12 meses de idade. Traumatismos dentários foram coletados nas crianças que permaneciam na coorte aos três anos de idade (n=458). Teste qui-quadrado foi realizado para avaliar a associação de variáveis antropométricas e socioeconômicas com o desfecho. A incidência de traumatismos alveolodentários nos primeiros três anos de vida foi de 31,0% (142/458). Crianças do sexo masculino apresentaram maior incidência de traumatismos dentários (36,5%) em relação às crianças do sexo feminino (25,3%), (p=0,010). Não houve diferença na incidência de traumatismos dentários entre crianças de maior e menor nível socioeconômico, considerando as variáveis escolaridade materna (p=0,509) e renda familiar (p=0,151). Da mesma forma, não houve diferença na incidência de traumatismos de acordo com a estatura para idade aos 12 meses (p=0,417). Entretanto, crianças com sobrepeso e com obesidade tiveram maior incidência de traumatismos dentários (38,5% e 35,1%, respectivamente) quando comparadas a crianças com IMC normal (23,9%) (p=0,017). Concluiu-se que foi alta a incidência de traumatismos dentários na infância, sendo que sexo masculino, sobrepeso e obesidade foram identificados como fatores de risco para o desfecho.