Prédio: Prédio 14
Sala: Marie Curie - Sala 338 PPGECIM
Data: 21-06-2016 14:00 – 14:15
Última alteração: 15-06-2016
Resumo
O Brasil é um dos maiores produtores de tabaco em todo o mundo; e o Rio Grande do Sul (RS) é o Estado com maior produtividade. A cultura do tabaco tem grande importância na atividade econômica e social no país, mas esta atividade requer extensa manipulação da planta do tabaco. A atividade expõe diretamente os produtores de tabaco à compostos orgânicos e inorgânicos, incluindo pesticidas e nicotina nas folhas de Nicotiana tabacum. O objetivo deste estudo foi detectar danos no DNA, em trabalhadores rurais, identificando morte celular, em células expostas a diferentes agentes, durante o período de colheita e surtimento. Foi utilizado o teste de micronúcleo em Mucosa Oral em agricultores de Santa Cruz do Sul - RS. Um total de 212 indivíduos foram avaliados: 144 expostos, sendo 112 durante o período de colheita, e 32 durante o surtimento; e 68 controles (indivíduos que residem na mesma região, mas que não possuem contato com o plantio). O teste de Micronúcleos em Mucosa Oral avalia danos no DNA (micronúcleos e brotos nucleares), defeitos de citocinese (células binucleadas), e morte celular (células com cromatina condensada, cariorréticas, picnóticas e cariolíticas) no grupo dos agricultores, quando comparado com os indivíduos controle (P<0,001, Mann-Whitney test). Com esses dados, podemos concluir que a prática de colheita e surtimento das folhas de tabaco provoca um aumento da instabilidade genética (danos ao DNA), e morte celular, através de danos oxidativos. O cultivo requer grande manipulação da planta de tabaco, e, consequentemente, os agricultores ficam expostos à uma mistura complexa de compostos. Nossos resultados indicam a necessidade de haver um biomonitoramento de risco ocupacional, a fim de avaliar a toxicidade genética em trabalhadores rurais, expostos a pesticidas, bem como a necessidade da utilização de equipamentos de proteção adequados.