A radiodermatite é uma lesão cutânea resultante do tratamento com radioterapia. Os usuários de radioterapia apresentam diferentes graus de radiodermatite, evoluindo de hipersensibilidade local, eritema, prurido, perda da barreira protetora da pele, edema, dor e descamação seca ou úmida, levando a uma redução da qualidade de vida do paciente e possível interrupção do tratamento radioterápico. Não existe um tratamento específico para este tipo de lesão. Assim sendo, foi desenvolvida uma emulsão contendo glicerina, niacinamida e óleo de girassol, para auxiliar na manutenção da função barreira da epiderme, melhorando a resistência ao tratamento radioterápico, amenizando as lesões de grau l, prevenindo a evolução para o grau ll e objetivando o controle do quadro inflamatório característico. Assim, o produto desenvolvido foi testado quanto a sua ação antiedematogênica com o teste de edema de orelha em camundongos, induzindo inflamação crônica pela aplicação diária de óleo de cróton, dividindo os animais em grupos para receber tratamento, um com a emulsão desenvolvida, um com a base da emulsão, um controle positivo, tratado com dexametasona, e um grupo controle negativo que não recebeu tratamento. Além de o edema ser avaliado diariamente, análises histológicas e medida de mieloperoxidade também foram realizadas. Durante os experimentos, os resultados observados foram semelhantes entre o tratamento com a emulsão desenvolvida e o tratamento com dexametasona, diferenciando-se do grupo tratado com o creme base. A emulsão apresentou efeito antiedematogênico e antiiflamatório nos testes realizados, podendo ser de interesse no manejo da radiodermatite de grau l.

Palavras-chave: edema; lesão; glicerina; niacinamida; óleo de girassol.