Estudos fitoquímicos identificaram o composto polifenólico Artepelin C (Art C - ácido 3,5-diprenil-4-hidroxicinâmico) como principal componente bioativo da própolis brasileira. O Art C vem sendo estudado por ter atividade antioxidante, indutor de apoptose e imunomodulatório. Este estudo teve como objetivo avaliar a ação mutagênica do Artepelin C em uma linhagem celular humana metabolicamente competente (HepG2). Para tanto, foi utilizado o teste de micronúcleos com bloqueio da citocinese (CBMN). Para o teste, as células foram semeadas em placas de 24 poços e cultivadas por 24 h. Após este período, as células foram submetidas a diferentes concentrações do Art. C (3,75 – 2000 μM). Transcorridas 44h do início do experimento, adicionou-se a citocalasina - B, por mais 28 h. As células foram tripsinizadas e coletadas em citocentrífuga, fixadas em lâminas de vidro e coradas para a realização das análises em microscópio óptico. Os resultados demonstraram que em relação ao índice de divisão nuclear (IDN), o Art C causou inibição da proliferação celular quando comparado ao controle negativo. Com base nos resultados observados para o IDN, concentrações não citotóxicas do Art C foram utilizadas para a avaliação da indução de micronúcleos em células HepG2. Desta forma, a ausência de mutagenicidade observada neste estudo pode estar associada ao processo de biotransformação nas células HepG2. Considerando que esta linhagem celular possui altos níveis de enzimas do citocromo P450, é possível que o Artepelin C seja encaminhado para uma via de detoxificação, não sendo capaz de induzir danos no DNA.