Prédio: Prédio 14
Sala: Sala 338 PPGECIM Marie Curie
Data: 21-06-2017 15:30 – 15:45
Última alteração: 09-06-2017
Resumo
A maioria dos agentes quimioterápicos atua de forma não-específica, lesando tanto células malignas quanto normais, resultando em diferentes efeitos colaterais. Muitos compostos tem como mecanismo de ação a interação com o DNA, como os análogos das bases nitrogenadas, agentes intercalantes e os agentes alquilantes. Dentre os agentes alquilantes, os quimioterápicos a base de platina são amplamente utilizados no tratamento de vários tipos de câncer, e apenas cisplatina (CIS), carboplatina (CARB) e oxaliplatina (OXA) estão sendo comercializados. Ao considerarmos a escassez de informações referentes à atividade tóxico-genética da oxaliplatina, o presente estudo teve como objetivo avaliar a atividade mutagênica da CIS (0,006; 0,012; 0,025 e 0,05 mM), CARB (0,1; 0,2; 0,5 e 1 mM) e OXA (0,1; 0,2; 0,5; 1 e 2 mM) através do teste para detecção de mutação e recombinação em células somáticas de D.melanogaster (teste SMART). Foi utilizado o cruzamento aprimorado, que apresenta níveis aumentados de enzimas de metabolização do tipo citocromo P450 (CYP450). Os resultados obtidos até o presente momento mostram que todos os fármacos foram capazes de induzir lesões no material genético em todas as concentrações avaliadas. Os dados deste estudo somados a outra investigação, na qual estes fármacos foram avaliados no cruzamento padrão do teste SMART, que diferentemente do cruzamento aprimorado apresenta níveis normais de CYP450, mostram que a OXA apresentou atividade mutagênica apenas na presença de altos níveis destas enzimas. Desta forma, pode-se caracterizar este fármaco como um agente mutagênico de ação indireta, cujos metabólitos apresentam a capacidade de lesar a molécula de DNA.