O crescimento do plantio de soja intensificou o uso de agroquímicos para evitar a propagação de pragas nas plantações, havendo a necessidade de se monitorar a exposição ocupacional dos agricultores, já que os mesmos estão expostos durante todo o processo de manejo. Foram avaliadas 148 pessoas residentes nas regiões noroeste e médio-norte do estado do mato grosso, sendo 77 indivíduos expostos aos agrotóxicos do plantio de soja e os demais indivíduos não expostos. Foram encontrados números significativos de danos ao DNA no ensaio de micronúcleo bucal (BMCyt), com um aumento de micronúcleos, células binucleadas e brotos nucleares nos indivíduos expostos em comparação ao controle. Indivíduos do grupo exposto com o gene de reparo XRCC1*192Trip/- apresentaram maiores taxas de células binucleadas (grupo exposto). Quando o gene de reparo XRCC1 foi associado ao gene de metabolismo PON1 também foi observado um aumento de células binucleadas no grupo exposto (genes XRCC1*192Trip/- e PON1*192Arg). No entanto, indivíduos do grupo exposto com os genes XRCC1*192Arg/Arg combinados com PON1*192Gln/Gln apresentaram um maior índice de células com cromatina condensada. Desta forma, podemos constatar os produtores de soja do estado do Mato Grosso aumentaram os danos genéticos relacionados às exposições aos agrotóxicos. Diante desses resultados é notável a importância de se reiterar os malefícios do uso indiscriminado das misturas complexas na saúde humana.