Prédio: Prédio 14
Sala: 218
Data: 20-06-2018 14:15 – 14:30
Última alteração: 26-06-2018
Resumo
O presente trabalho analisa os discursos veiculados na seção Educação da Revista Veja, entre 1968 e 1988, visando a identificar e problematizar os enunciados acerca da Educação Básica brasileira postos em circulação. Fundamentado nos estudos foucaultianos, com destaque para o conceito de governamentalidade, o processo de pesquisa foi orientado pela construção de focos de análise que permitissem compreender as ênfases do período. Neste artigo, apresentamos os resultados de um destes focos, relacionado com as abordagens pedagógicas consideradas “modernas”, constituindo-se em orientações que buscam escapar de uma organização disciplinar de currículo. Cabe ressaltar que, durante grande parte deste período, o país viveu sob o regime de ditadura civil-militar-empresarial, onde a repressão e o militarismo se capilarizaram em uma sociedade altamente disciplinar. Sob esta perspectiva, assume-se como hipótese que o aparente paradoxo entre um sistema fortemente disciplina e metodologias “livres” aparece como um dispositivo de controle social sofisticado, regulando a formação escolar de acordo com o projeto econômico desenvolvimentista, tônica do período. Os oito artigos selecionados versam sobre metodologias consideradas não convencionais na época, como o método montessoriano, o uso de espaços não convencionais, a aprendizagem da ciência através de jogos. Neste contexto, as metodologias apresentadas pela revista invocavam formas que fogem do padrão tradicional, sendo respaldadas pela palavra de especialistas.