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DETECÇÃO DE SIFILIS CONGÊNITA EM UM MUNÍCIPIO DO SUL DO PAÍS: UM ESTUDO DE VIGILÂNCIA
Renata Rocha Maciel, Ariele Simon, Jeane Bazanella Santos, Raquel Valladares, Fabiana Vargas-Ferreira, Matheus Neves

Última alteração: 11-10-2016

Resumo


As doenças sexualmente transmissíveis configuram um problema particular para a saúde pública, pois seus altos índices acarretam à população, riscos sanitários, sociais e econômicos. A sífilis é uma doença infecciosa e sistêmica, de abrangência mundial e evolução crônica, sua transmissão pode ocorrer de forma sexual ou vertical, é mais frequente em grandes centros urbanos e afeta igualmente todas as camadas sociais. A sífilis congênita é decorrente da disseminação hematogênica da bactéria da gestante não tratada para o concepto, o que pode culminar no parto prematuro, baixo peso ao nascer, lesões cutâneas, periostite, entre outros agravos. O objetivo do presente estudo é apresentar a prevalência de casos de sífilis congênita entre os anos de 2010-2015, no município de Canoas, no sul do país. Trata-se de um estudo observacional transversal com análise descritiva. Os dados foram coletados a partir dos casos de sífilis congênita notificados ao Departamento de Vigilância de Saúde do Município de Canoas/RS no período de 2010 à 2015. Análise estatística foi efetuada a partir da criação do banco de dados no programa SPSS versão 18. Considerou-se para a pesquisa a realização ou não de consulta de pré-natal, o diagnóstico final do caso e o período de diagnóstico da doença. Um total de 388 casos de sífilis congênita foram notificados no período de 2010 à 2015, sendo considerados aqueles em que houve aborto e natimortos. Observou-se uma ocorrência significativamente maior dos casos notificados de sífilis congênita durante o período de pré-natal, nos anos de 2014 e de 2015. No período perinatal/puerpério, observou-se que a ocorrência de casos notificados de sífilis congênita ocorreu com maior frequência no ano de 2010, representando menor ocorrência de notificações nos anos seguintes. Em conformidade com a passagem dos anos; observou-se maior prevalência de notificações durante o período de pré-natal, indicando que o diagnóstico de sífilis congênita efetuado neste período, acarreta em um tratamento que poderá ser iniciado precocemente, podendo evitar agravos à saúde da gestante e do feto. Conclui-se que os casos notificados de sífilis congênita são diagnosticados em maior parte no período de pré-natal. Contudo, ações preventivas e de promoção de saúde, devem ser realizadas na atenção primária de saúde, para que a prevalência de sífilis congênita seja reduzida.