Eventos ULBRA, II JORNADA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE

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Envelhecimento Típico da Linguagem: Análise do Discurso Narrativo
Jesus Claudio Gabana Silveira, Ana Paula Delgado, Walmari Pilz, Gabriela de Martini Vanin

Última alteração: 06-03-2018

Resumo


Introdução: O envelhecimento é o declínio funcional que afeta os planos biopsicossocial do indivíduo. Também se configura no declínio cognitivo em habilidades não linguísticas. A linguagem faz parte do arcabouço das funções cognitivas e é essencial para comunicação. O envelhecimento da linguagem se dá devido a diminuição do desempenho das funções cognitivas inerentes a linguagem, sendo esta a causa de um provável envelhecimento linguístico. A escolaridade é um fator decisivo no envelhecimento da linguagem. O discurso é a forma mais natural de comunicação, pois os humanos possuem predisposição inata para fazê-lo. Envolve a integração de habilidades cognitivas linguísticas e não linguísticas. Se configura em uma ferramenta diagnóstica importante na avaliação da linguagem.  De acordo com Kintsch & van Dijk (1975,1978), o discurso é formulado por uma superestrutura de proposições, divididas em macroproposições e microproposições. Também possui um esquema narrativo subjacente: situação; complicação; resolução; avaliação e moral. Objetivo: Comparar o desempenho do discurso narrativo de idosos com os adultos jovens, todos sem queixas de alterações de linguagem, em uma prova de produção do discurso narrativo. Métodos Estudo transversal, comparado, observacional onde o fator em estudo é o desempenho no discurso narrativo eliciado por cinco figuras (Acidente de Automóvel; Duong, 1999) e o desfecho será a alteração no discurso narrativo. População: 45 adultos (18 a 60 anos) e 45 idosos (60 anos ou mais), oriundos da população do Centro Universitário Metodista IPA. Os idosos realizavam atividades na Universidade do Adulto Maior (UAM-IPA). Cada grupo etário foi estratificado por escolaridade: 15 indivíduos com 12 anos ou mais de estudo; 15 indivíduos com 9 a 11 anos de estudo e 15 indivíduos com 1 a 8 anos de estudo. Os  critérios de exclusão da pesquisa foram: Possuir evento neurológico, possuir queixa de alterações de linguagem e memória, não ser alfabetizado, não concordar em assinar o termo de consentimento livre e esclarecido (aprovado pelo CEP-IPA em 2005), apresentar percentual inferior à 84% no rastreamento auditivo (pares mínimos); possuir alterações de campo visual. Resultados: A média de idade dos idosos foi de 68,4 anos, em intervalo de 60-79 anos e a dos adultos foi de 37,3 anos, em intervalo de 18-59 anos. No grupo de idosos, 42 indivíduos são do sexo feminino. Através do tratamento estatístico com o teste ANOVA somente houve significância estatística quando os grupos foram estratificados pela escolaridade. Discussão: Os idosos recrutados eram jovens e intelectualmente ativos, uma vez que faziam parte da um projeto de extensão universitária. A escolaridade alta (12 anos ou mais) garante um bom desempenho nas narrativas e cinco figuras garantem melhor desempenho do que uma. Conclusão: A escolaridade é um fator importante e decisivo no desempenho em provas de produção do discurso narrativo baseado em figuras.