Última alteração: 03-09-2018
Resumo
O objetivo deste trabalho é relatar o desafio de instrumentalizar professores com o conhecimento técnico e informativo sobre promoção e prevenção em saúde na sala de aula. Relatar a experiência de um dos projetos de extensão do SECODI referindo à dificuldade de trazer o conhecimento técnico para um saber popular. O projeto de extensão SECODI (Serviço de Consultoria em Desenvolvimento Institucional-Educacional) tem o intuito de aproximar-se das escolas estabelecendo um vínculo consolidado e voltado ao constante aperfeiçoamento e aproximação de suas intervenções às necessidades das mesmas. Para a execução deste trabalho nas escolas utilizou-se como base o projeto “Teen Mental Health”, que inspira a intervenção na escola a partir do vasto material teórico e didático disponibilizado e divulgado pela equipe da Dalhousie University através do Teammentalhealth.org. O projeto oferece um método de intervenção psicossocial e psicoeducação estruturado a partir da aplicação de módulos com: Questionários/ metacognição; Palestras/material informativo; Dinâmicas Inter-Relacionais/Debates; Vídeos/vivências. O estigma em saúde mental é um problema, principalmente por desestimular as pessoas a buscar ajuda por medo de serem rotuladas. A falta de informação confiável e orientação especializada sobre uma condição patológica é o que leva ao estigma, que é um dos problemas na saúde mental, devido à influência negativa que causa no indivíduo. (Bressan e Estanislau, 2014) Estratégias educativas com o objetivo de promover o conhecimento pode empoderar os educadores, favorecendo o bem-estar integral (físico, mental e emocional) no âmbito individual e coletivo, assim como diminuir os fatores de risco para o desenvolvimento de psicopatologias. (Bressan e Prado, 2016) Em um dos módulos foi aplicado um questionário, com perguntas sobre o conhecimento que os professores tinham sobre estigmas e preconceitos, saúde mental e transtornos mentais. Ressaltando que o objetivo não era a correção do que estava certo e errado na resposta, mas para que pudesse ser avaliado como um todo o grupo, e planejar os próximos módulos. Uma professora desabafou: “Precisava ter psicólogo na escola do meu filho”! “Tem um colega dele que tem Esquizofrenia, é agressivo com todo mundo, ninguém faz nada”(SIC). “O governo aprovou esta lei da inclusão, e despejam estas crianças nas escolas, nós os professores não estamos preparados, e nem capacitados para lidar com isso, todo mundo sofre...” (SIC). Enfim, as queixas e reclamações foram muitas, mas falamos que o objetivo do projeto é possibilitar que educadores e gestores conheçam, percebam e lidem de modo mais construtivo com suas emoções, ampliando também sua compreensão dos estados emocionais dos alunos, apoiando os educandos no seu processo de aprendizagem. Esclarecer e informar sobre a rede de apoio do município, como encaminhar estes alunos, para a clínica escola de psicologia CESAP ULBRA-Guaíba, UBS e CAPS. A prática na Extensão Universitária favorece redes de intercâmbio que permitam a construção do conhecimento. Portanto, a experiência adquirida na extensão universitária é um diferencial na vida do acadêmico em diversos aspectos tanto de novas aprendizagens, vivências, currículo, quanto do enriquecimento do saber fazer.