Eventos ULBRA, XIV Salão de Extensão

Tamanho da fonte: 
QUANDO A MORTE APARECE NO BRINCAR: RELATO DE EXPERIÊNCIA DO PROJETO BRINCANDO E APRENDENDO COM CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM TRATAMENTO ONCOLÓGICO
Gabriela Becker Stoffel

Última alteração: 05-11-2022

Resumo


Fortuna (2004) afirma que o brincar assume papel de linguagem na infância, sendo uma atividade dinâmica que oportuniza expressão e comunicação. Para Kovacs (2008), quando a criança sente que há espaço para a manifestação de seus pensamentos e sentimentos sobre a morte, essas podem surgir através de questionamentos, histórias e brincadeiras. O presente resumo tem o objetivo apresentar um relato de experiência do Projeto Brincando e Aprendendo da Universidade Feevale, diante do tema morte com crianças em tratamento de câncer. O projeto visa proporcionar um espaço lúdico para crianças e adolescentes em situação de adoecimento. As atividades iniciaram de uma parceria com uma entidade de amparo e assistência a crianças e adolescentes em tratamento oncológico da cidade de Novo Hamburgo/RS. Em encontros semanais virtuais, é oportunizado um espaço de escuta e acolhimento para que expressem seus sentimentos e elaborem o que estão vivenciando a partir do brincar. Com base nas experiências do projeto, observou-se que o tema morte está no cotidiano de crianças e adolescentes com câncer. Constatou-se que a temática foi introduzida pelas crianças ao longo dos atendimentos de diversas maneiras: na escolha e elaboração de músicas, histórias e no desenvolvimento de brincadeiras, como por exemplo: “estátua” e “morto vivo”. O receio de ficar só, de ser esquecido e o medo da morte, foram alguns sentimentos que surgiram ao longo das atividades lúdicas, demonstrando o processo de compreensão, ainda que parcial da morte como evento irreversível. Conclui-se, que o projeto possibilita às crianças e adolescentes um espaço de acolhimento, elaboração e compreensão de suas emoções e vivências diante do câncer, contribuindo no seu entendimento sobre morte, auxiliando-as em um momento desafiador, amenizando os impactos da situação de adoecimento em seu desenvolvimento através do brincar.