As Diretrizes Curriculares Nacionais para Cursos de Medicina fizeram com que os novos currículos abordassem a integralidade da formação como norteador, direcionando o processo formativo para a construção de um médico generalista e apto a atuar no sistema de saúde brasileiro. A abertura de novos cursos de Medicina foi incentivada por políticas públicas na última década, mesmo depois de vários Estados já terem atingido um número suficiente de matrículas, o que possivelmente trará forte impacto na organização do mercado de trabalho médico nos próximos anos. Este estudo objetiva apresentar dados relativos ao panorama quantitativo de médicos no Brasil à literatura atual relativa à formação médica no país. Realizou-se um estudo epidemiológico do ano de 2021 coletando dados do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul. Dentre os resultados, constatou-se que o RS possui 36.436 médicos, dando uma relação de 3,16 médicos por mil habitantes. Existem 20 Faculdades de Medicina no RS, formando ao todo 1900 novos Médicos por ano, sendo que 6 faculdades concentram-se na região metropolitana. Sendo assim, percebe-se incremento de novos profissionais que conduzem a uma saturação do mercado de trabalho nas próximas décadas. A mercantilização da formação médica traz como preocupação a qualidade no processo formativo de novos profissionais, o que tem sido acompanhado por ferramentas avaliativas a exemplo do Teste de Progresso, que avalia o ganho de conhecimento dos estudantes regularmente matriculados no curso de graduação e permite às Instituições conveniadas realizar o diagnóstico de suas deficiências. Também se discute a implantação de provas de validação para certificação Médica, o que possivelmente causaria uma regulação na qualidade dos novos profissionais lançados no mercado de trabalho.

Palavras-chave: Medicina; Ensino; Rio Grande do Sul.