Última alteração: 21-09-2017
Resumo
Os fluxos migratórios vêm chamando cada vez mais atenção para esses indivíduos, além de ser um processo ligado a significativas mudanças (MOREIRA, 2006). Desta forma, o projeto “O Mundo em NH: refugiados e migrantes, uma questão de Direitos Humanos” da Universidade Feevale faz parte de programa de extensão que busca desenvolver uma cultura de paz e tolerância. Integra a equipe os cursos de História, Psicologia, Letras e Direito, e realiza-se oficinas semanais com grupos de migrantes e refugiados que residam no Vale do Sinos, na própria Universidade. O presente trabalho propõe apresentar um relato de experiência das oficinas de psicologia, que tiveram inicio em abril de 2017 e ocorrem semanalmente neste projeto de extensão. As oficinas possuem potencial de promover o exercício ético e político dos participantes (SPINK et al., 2014) com o objetivo de levantar demandas, refletir sobre possibilidades de intervenção e oferecer um espaço de escuta e acolhimento. Assim, os participantes solicitaram abordar os seguintes temas no decorrer dos encontros: estudo, trabalho, relacionamento e cultura. O desenvolver das oficinas possibilitou que ocorresse uma aproximação com os migrantes e refugiados, dando espaço a suas expectativas, sonhos e dificuldades. Pode-se citar um encontro realizado com o objetivo inicial de esclarecer dúvidas sobre empregos e currículos e que acabou sendo um espaço para dividir situações de preconceitos e violações dos direitos trabalhistas ocorridas com eles aqui no Brasil. Além disto, realizou-se uma feira cultural dentro da Universidade Feevale, a qual foi desenvolvida pelos próprios participantes, com a finalidade de dividir e aproximar a cultura do Haiti e Senegal. Neste sentido o projeto apresenta um papel importante para auxiliar na integração destes indivíduos a sociedade, a integração esta ligada a questões sociais, econômicas e legais, sendo que as questões relacionadas ao social devem auxiliar no estabelecimento de uma nova rede, sem discriminação e exploração (BEZERA, 2013). Por fim, acredita-se que as oficinas de psicologia fortalecem os vínculos, auxilia no processo de inserção social e na promoção dos Direitos Humanos, além de proporcionar as bolsistas uma nova possibilidade de “fazer” a psicologia, especialmente diante da temática dos Direitos Humanos.
BEZERRA, M. T. O refúgio e a proteção dos direitos humanos no Distrito Federal: um estudo sob a perspectiva das políticas públicas. 2013. 140 f. Dissertação (Mestrado em Direitos Humanos, Cidadania e Violência) – Centro 75 Universitário UNIEURO, Brasília, DF, 2013. Disponível em: . Aceso em: 17 agosto de 2017.
MOREIRA, J. B. A problemática dos refugiados no mundo: evolução do pós-guerra aos dias atuais.Anais do XV Encontro Nacional de Estudos Populacionais, 2006. Disponivel em: http://www.abep.org.br/~abeporgb/publicacoes/index.php/anais/article/view/1489/1454 acesso em 17 de agosto de 2017.
SPINK, M. J; MENEGON, V. M. E MEDRADO, B. Oficinas como estratégia de pesquisa: articulações teórico-metodológicas e aplicações ético politicas. Psicologia & Sociedade, v. 26, n. 1, p. 32-43, 2014. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/psoc/v26n1/05.pdf. Acesso em: 17 de agosto de 2017.