Última alteração: 26-09-2017
Resumo
O uso de plantas medicinais nas comunidades tem crescido nos últimos tempos, seja por opção de uma vida mais natural e saudável, crenças, conhecimento empírico, falta de recursos financeiros para tratamentos medicamentosos, podendo ser apenas um complemento de outros tratamentos. O projeto de extensão Phytos da Universidade Feevale desenvolveu este trabalho durante o ano de 2016 junto a Unidade de Saúde da Família (USF) da Vila Palmeira em Novo Hamburgo. Foi realizado um levantamento das plantas medicinais mais utilizadas pela comunidade, a finalidade de seu uso, o que possibilitou ao grupo de extensionistas orientar e promover uma troca de conhecimentos. As visitas domiciliares na comunidade eram acompanhadas por agentes de saúde da USF. Nas residências os moradores mostravam as plantas medicinais cultivadas por eles, relatavam a finalidade do uso e a forma de preparo das plantas. Muitas vezes conheciam a planta, porém, não sabiam seu nome ou seu uso, o que era então, esclarecido pelo grupo, inclusive os cuidados no uso das plantas e alertas sobre plantas tóxicas. Todas as informações eram registradas, desta forma pode-se catalogar 70 espécies citadas pela comunidade.
Dentre estas, as mais citadas e/ou utilizadas foram: Espinheira-Santa (Maytenus ilicifolia), Boldo-Brasileiro (Plectranthus barbatus), Poejo (Mentha pulegium) e Marcela (Achyrocline satureioides) para distúrbios gástricos. Avelós (Euphorbia tirucalli) estava sendo utilizada para tratamentos inadequados, sendo uma planta tóxica. Cálculos renais: Quebra-pedra (Phyllanthus niruri). Gripes: Guaco (Mikania glomerata), Transagem (Plantago major) e Penicilina (Alternanthera brasiliana). Diabetes: Insulina (Cissus sicyoides). O projeto Phytos foi bem aceito pela comunidade, proporcionando troca de conhecimento entre acadêmicos, professores e a comunidade. Além disso, se estabeleceu uma prática de doação e troca de mudas, onde o projeto fornecia mudas desejadas pela comunidade e esta, por sua vez, cedendo mudas de espécies que não constavam no horto da Universidade Feevale, o que gerou um aumento da coleção de plantas medicinais do horto. Para os acadêmicos participantes do projeto, esta experiência propiciou a aplicação de conhecimentos adquiridos em sala de aula, bem como a oportunidade gratificante de vivenciar outras realidades.