Última alteração: 12-11-2020
Resumo
PALAVRAS-CHAVE: suicídio; LGBT+;
INTRODUÇÃO: Durante o período ditatorial muitos movimentos sociais surgiram no Brasil, frutos de grupos minoritários saídos das sombras na luta pelo direito à existência. O movimento LGBTQI+ consolidou-se no país, através da criação do Grupo de Afirmação Homossexual (Grupo SOMOS) em 1978. Até o ano de 1990, a homossexualidade era tratada como distúrbio psicológico, classificada como homossexualismo no CID. Desde então, a discussão pelos direitos LGBTQI+ vêm ganhando espaço na sociedade. Isso evidencia a urgência em discutir ações de promoção em saúde LGBTQI+ sob uma perspectiva ampla de atuação, rompendo a demagogia homofóbica em detrimento da garantia desses direitos legislados, potencializando a aplicabilidade das premissas igualitárias na relação direta com o sujeito. A discriminação devido à orientação sexual e identidade de gênero recai como um dos determinantes sociais da saúde, ao provocar processos de sofrimento, adoecimento, ideação suicida e morte¹. Os casos de suicídio têm crescido entre essa população. Algo que decorre da intolerância e do estigma social, com cerne da finitude da vida e do padecimento, isso mostra o obstáculo que é permanecer vivo em um meio que põe à prova, repetidamente, a orientação sexual e a identidade de gênero².OBJETIVOS: Discutir a importância de abordar a saúde da população LGBT+ e relatar a experiência das ligantes no evento Suicídio entre a População LGBT+ promovida pela LASC em 2019. METODOLOGIA: Um relato de experiência com embasamento teórico científico de uma palestra sobre saúde mental da população LGBT+ e estratégias de prevenção ao suicídio com a participação de uma psicóloga convidada para discentes e docentes da ULBRA/Canoas denominada ‘Suicídio entre a população LGBT+” realizada no segundo semestre do ano de 2019 liga de Saúde Coletiva/ULBRA. DISCUSSÃO E RESULTADOS: Foram abordados aspectos de saúde, preconceito e suicídio dos LGBT+. A população LGBT+ conquistou muitos direitos nas últimas décadas, entretanto, ela enfrenta fortemente o preconceito, visto que há um movimento ainda intenso heterossexista, constituído por um grupo que situa os homossexuais como uma minoria de pessoas com escolhas sexuais inadequadas, essa idéia é permeada por um viés de preconceito o qual foi formado por estereótipos construídos na própria cultura e que servem para justificar e manter a desigualdade. Há então implicitamente um elemento o qual assegura que a população homossexual permaneça às margens da sociedade, tudo promovido pelo preconceito. Desde o seu nascimento, a maioria dos LGBT se escondem/excluem para não perder o afeto e o amor de seus entes queridos. O resultado dessa situação são anos de um sentimento de não aceitação, de rejeição, estigma e violência, fatores que contribuem para o desenvolvimento de boa parte do grupo LGBT à transtornos mentais, ou comprometimento físico, indicadores que agravam a possibilidade de esses cometerem suicídio. Por isso a importância das áreas da saúde se preocuparem com essa população e promover a saúde física e emocional destes. CONCLUSÕES:O maior entendimento dos fatores e condições associadas as altas taxas de suicídio e depressão na população LGBT+ é de suma importância para fins estudantis e médicos. Nesse sentido, é necessário este conhecimento para a promoção do cuidado, e principalmente para o desenvolvimento da atenção de ações profiláticas pelos estudantes e profissionais da saúde com o intuito de garantir a universalidade, um dos princípios fundamentais do SUS.
REFERÊNCIAS:
¹PRADO, EAJ; SOUSA, MF Políticas públicas e a saúde da população LGBT: uma revisão integrativa. Revista eletrônica Tempus, actas de saúde coletiva, Brasília, março de 2017.Disponível em: https://www.tempus.unb.br/index.php/tempus/article/view/1895. Acesso em: 20/09/2020
²BARRADAS, LC; CAMPOS, ACR; OLIVEIRA, VBP. Suicídio de jovens LGBT: quando o arco-íris se apaga. 16 Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais. Brasília (DF, Brasil), 30 de outubro a 3 de novembro de 2019. Disponível em: https://broseguini.bonino.com.br/ojs/index.php/CBAS/article/view/451. Acesso em: 20/09/2020
CARDOSO, Michelle Rodrigues; FERRO, Luís Felipe. Saúde e população LGBT: demandas e especificidades em questão. Psicol. cienc. prof., Brasília , v. 32, n. 3, p.552-563, 2012. Disponível em: <www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932012000300003&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 21 de setembro de 2020.
BRANQUINHO, Bruno. Suicídio da população LGBT: precisamos falar e escutar. Cartacapital, 2019. Disponível em: <www.cartacapital.com.br/blogs/suicidio-da-populacao-lgbt-precisamos-falar-e-escutar/>. Acesso em: 21 de setembro de 2020.