Última alteração: 12-11-2020
Resumo
Introdução: a diabete mélito (DM) é uma morbidade frequente nas populações com insuficiência cardíaca (IC). Ascomorbidades associadas à IC são fatores perpetuadores e complicadores dessa síndrome. A diabete mélito tipo 2 tem potencial impacto sobre os pacientes com IC. Objetivo: comparar a taxa de desfechos clínicos em pacientes com e sem diabete mélito tipo 2 provenientes de uma coorte de IC crônica. Metodologia: estudo observacional de seguimento de uma coorte, alocando participantes com insuficiência cardíaca do Ambulatório de Insuficiência Cardíaca de um hospital do sul do Brasil. As informações foram coletadas por meio da revisão dos prontuários, acompanhamento em visitas ambulatoriais e consultas telefônicas subsequentes somente aos participantes que não obtiveram coleta completa dos dados. Os desfechos clínicos considerados foram: internação hospitalar por IC, internação hospitalar por outras causas, procedimentos cardiovasculares, óbito por causa cardiovascular e óbito por qualquer causa. O projeto de pesquisa foi encaminhado ao Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Luterana do Brasil, Canoas/RS seguindo as normas da Resolução CNS 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde – Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) e aprovado pelo número CAAE: 60777716.2.0000.5349. Os dados foram submetidos a análise de normalidade. As variáveis com distribuição normal foram expressas em média e desvio pradrão. As variáveis categóricas foram descritas em percentual. Foi aplicado teste de qui-quadrado para aferir diferenças nas taxas de desfechos clinicos entre pacientes diabéticos e não diabéticos. Resultados: a amostra foi composta por 304 pacientes, com médias de idade de 64 ± 13, perfil antropométrico configurando sobrepeso (IMC = 29,40 ± 8,17), perfil de predomínio da IC com fração de ejeção preservada (ICFEP) e prevalência da diabete mélito de 51%. Os pacientes com DM apresentaram taxas mais elevadas de procedimentos cardiovasculares. Os demais desfechos clínicos não demostraram diferença estatisticamente significativa. Conclusões: em nossa população de diabéticos com IC foi observada uma maior taxa de procedimentos cardiovasculares realizados em relação ao não diabéticos durante aproximadamente 3,5 anos de acompanhamento, sugerindo uma maior carga de doença arterial desses indivíduos.