Última alteração: 08-11-2021
Resumo
UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL- CANOAS
FACULDADE DE MEDICINA
DISCIPLINA DE MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE I
EPILEPSIA: CONDIÇÃO SENSÍVEL À ATENÇÃO PRIMÁRIA
D AZEVEDO PANAZZOLO, Adriana. BERGAMASCHI, Flávia. LAZZARI, Gabriela. REGLA, Gabriele. HOPPE, Luiza. BURG, Maria Renita.
INTRODUÇÃO: Epilepsia é o mais frequente transtorno neurológico sério e é um importante problema de saúde pública. Embora seja predominantemente tratável, a maioria dos pacientes permanece sem tratamento (MARCHETTI et al, 2005). A epilepsia é uma doença que se caracteriza por uma predisposição permanente do cérebro em originar crises epilépticas e pelas consequências neurobiológicas, cognitivas, psicológicas e sociais destas crises (FISHER et al., 2014). Estudos revelam que as pessoas com epilepsia têm mortalidade duas a três vezes superior à população geral (TOMSON, 2000). OBJETIVOS: Investigar os aspectos relacionados à epidemiologia atual da doença epilepsia como uma condição sensível à atenção primária a fim de analisar o impacto no número de internações hospitalares. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo descritivo desenvolvido na disciplina de Medicina da Família e Comunidade I no primeiro semestre de 2021. Os dados sobre os casos de internações por epilepsia foram extraídos da base de dados do DATASUS. Já sobre a Morbidade Hospitalar do SUS (SIH/SUS), nas Informações de Saúde (TABNET). Foi selecionado o intervalo de 2008 a 2020 e estudada a seguinte variável: quantidade de registros de internações por epilepsia por região do país. RESULTADOS: Segundo os dados do DATASUS, as internações por epilepsia, nos anos analisados, têm sido constantes em todas as regiões do país, com exceção da região Nordeste cujo número de internações em 2017 era de 11.725 e passaram para 13.696 em 2019. No ano de 2019, das 55.821 internações por epilepsia, 91,79% apresentam caráter de atendimento de urgência. Nas internações no ano de 2019, a faixa etária de maior incidência foi a de 1 a 4 anos, seguida pela de 50 a 59 anos em todas as regiões. Esses índices corroboram com os dados mundiais, os quais afirmam que a incidência de epilepsia é maior nos grupos de jovens e idosos (PERUCCA et al,2018). CONCLUSÃO: A disseminação de conhecimentos sobre epilepsia e sobre transtornos mentais a ela associados são um importante instrumento na luta contra o estigma e contra a lacuna de tratamento. Também o trabalho biopsicossocial com pacientes epilépticos e com as suas famílias, que envolve atendimento médico adequado, psicoterapia e grupos de apoio ou grupos educativos, deve ser implementado e executado.
PALAVRAS-CHAVE: Epilepsia; Epidemiologia; Condição sensível atenção primária.
- 1. REFERÊNCIAS
Fisher RS, Acevedo C, Arzimanoglou A et al. A practical clinical definition of epilepsy. ILAE official report. Epilepsia 2014; 55: 475‐82.
MARCHETTI R, CASTRO A, KURCGANT E et al. Transtornos mentais associados à epilepsia. Revista Pesquisa Clínica, p. 171- 182, 2005.
Perucca, P., Scheffer, I. E., & Kiley, M. (2018). The management of epilepsy in children and adults. The Medical Journal of Australia, 208(5), 226–233.
TOMSON, T. - Mortality in epilepsy. J Neurol 247(1):15-21, 2000.