A proposta apresenta um relato das atividades desenvolvidas no projeto de extensão Cineclube nas Escolas, uma das frentes de atuação do Cine Diversidade, iniciativa de formação audiovisual do curso de Jornalismo da Universidade Luterana do Brasil (ULBRA). Realizado em duas escolas estaduais de Canoas, Vasco da Gama e Miguel Lampert, o cineclube promove sessões semanais de filmes brasileiros, seguidas de debates com alunos das séries finais do ensino fundamental (sexto ao nono ano). A atividade prioriza a abordagem dos direitos humanos e a diversidade, com foco em questões étnico-raciais, violência, gênero, sexualidade, intolerância religiosa, entre outros temas. O projeto tem como objetivos intensificar a discussão sobre estes assuntos tanto nas escolas quanto na universidade e, principalmente, pensar o audiovisual como ferramenta pedagógica, considerando-o dispositivo que permite sensibilizar os estudantes, refinar o olhar em relação à comunidade que os cerca e incentivá-los a atuar crítica e criativamente no mundo. O planejamento das exibições ocorre em parceria com professores e direção. Em um primeiro momento, os filmes foram exibidos integralmente às turmas, seguidos por debate. As questões se aprofundaram a respeito da temática abordada; detalhes e dúvidas sobre as narrativas surgiram, bem como indagações de cunho estético. A única alteração foi na exibição do filme em duas partes. Assim, uma mesma turma permanece envolvida com a obra por duas semanas. Os bolsistas da ULBRA ficam encarregados dos registros em fotos e vídeos das atividades e integração nas discussões. Os estudantes das escolas compreenderam a dinâmica e participam dos debates. Eles já conseguem relacionar uma obra com a outra e percebem as diferenças e aproximações entre ficções e documentários. O Cineclube nas Escolas estabelece um elo entre universidade e comunidade, levando os alunos de graduação para um contato com instituições de ensino, fazendo-os reconhecer a dimensão cidadã e a necessidade de compartilhamento do que é estudado no curso de Jornalismo. Em caminho parecido, os professores dessas escolas têm a oportunidade de se aprofundar em estratégias de trato com o audiovisual, encarando-o como uma vivência pedagógica que pode se desenvolver em diversas áreas do conhecimento.