O trabalho apresenta a experiência do Projeto de Extensão Cuidare que tem como objetivo viabilizar a indivíduos com demência tipo Alzheimer e seus familiares o fortalecimento de relações de pertencimento familiar e comunitário e possibilidades de acesso a direitos sociais. Metodologia: O projeto contempla dois eixos básicos: consolidação de um espaço referência para o tratamento da demência tipo Alzheimer e atendimento direto a pessoas e familiares que vivenciam esta situação. O eixo atendimento é desenvolvido através da realização de dois grupos que acontecem em horários concomitantes, um visando o empoderamento da função protetiva dos familiares e o outro a estimulação de memória, linguagem e relações sociais para as pessoas idosas. O grupo de familiares é aberto, periodicidade semanal e é conduzido na perspectiva de uma prática pedagógica emancipatória. O grupo com as pessoas idosas também é aberto, acontece em paralelo ao grupo de familiares. Ambos recebem assessoria de um Médico Geriatra voluntário, como estratégia para ampliar o conhecimento sobre a temática e qualificar o serviço prestado. O projeto iniciou as atividades com o atendimento direto a 5 idosos em diferentes graus de demência e de suas famílias, e contato telefônico com outros 40 idosos indicados pela rede. Resultados: Nas discussões entre os familiares que participam do grupo as principais questões dizem respeito às angústias do processo de adoecimento, dificuldade de contar com uma rede de apoio tanto familiar, quanto comunitária, precariedade de equipamentos públicos para o atendimento desta demência, conflitos familiares e mudanças de comportamento. As oficinas com os idosos reforçam a importância da socialização entre eles em atividades coletivas. Nos contatos telefônicos, as famílias que aguardam atendimento referem precarização nos fluxos de tratamento, o que caracteriza violação de direitos. Conclusões: O grupo de familiares possibilita vivencias de cooperação e fortalecimento de vínculos solidários entre os membros e superação de dificuldades cotidianas quanto a manejo no processo de avanço da doença. Os contatos telefônicos viabilizaram a construção de caminhos para a participação na defesa e conquista de direitos e o grupo com as pessoas idosas promoveu estimulação, socialização e ampliação da rede de pertencimento social.