Última alteração: 09-09-2016
Resumo
A Paralisia Cerebral é uma alteração não hereditária que afeta o sistema nervoso central antes dos dois anos de idade. É uma disfunção sensoriomotora que envolve distúrbios no tônus muscular, postura e movimentação voluntária. Esta alteração pode comprometer o processo de aquisição de habilidades. Já a Amelogênese Imperfeita é uma alteração hereditária que afeta o esmalte dos dentes decíduos e permanentes, com ausência de manifestações sistêmicas. As consequências da AI podem ser: sensibilidade dentária, perda da dimensão vertical e comprometimento estético. O esmalte é afetado com alta variabilidade desde a deficiência na formação até os defeitos no conteúdo mineral e protéico. O objetivo deste estudo foi descrever o tratamento odontológico realizado em uma paciente com 10 anos de idade que apresentava Paralisia Cerebral e Amelogênese Imperfeita. A paciente compareceu no Projeto de Extensão “Conquistando saúde: atendimento odontológico de pessoas com deficiência” da ULBRA - Canoas/RS, acompanhada pelos pais, de cadeira de rodas sendo que o motivo da consulta eram os dentes “estragados”. Durante a anamnese a família relata que a menina foi adotada, pois sofria agressões e maus tratos e a PC pode ter sido decorrente disto. Ao exame físico e exame radiográfico confirmou-se o diagnóstico de AI. O tratamento iniciou-se com orientações de higiene bucal, dieta e raspagens supra gengivais. As informações a respeito da estabilização física, necessária para a realização do atendimento odontológico foram passadas aos pais que concordaram e auxiliaram nesta estabilização. Na sequência, optou-se pelo recobrimento com ionômero de vidro dos dentes posteriores e reconstrução dos anteriores superiores com resina composta utilizando-se coroas de acetato. No acompanhamento do caso observa-se uma melhora na saúde bucal da paciente. Com o presente relato observa-se que é possível o atendimento odontológico complexo realizado em ambiente ambulatorial em pacientes com deficiência.