O presente trabalho refere-se ao programa de apoio aos familiares dos alunos em atendimento no Centro Interdisciplinar de estudos em Psicomotricidade Relacional-CIEPRE. Tem como objetivo oferecer um espaço de escuta, compreensão, orientação e aconselhamento, propondo estratégias de intervenção psicossocial e psicológica aos sujeitos em atendimento no CIEPRE. O referido Centro atende crianças, adolescentes e adultos com deficiências. Está vinculado à Pró-reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários ULBRA. Atuam neste espaço, professores e alunos dos cursos de Educação Física, Pedagogia, Fisioterapia, Serviço Social, Bacharelado em Estética, Artes Visuais e Psicologia. O grupo de familiares em atendimento é formado por homens e mulheres com idade entre 25 e 72 anos. Entre os profissionais responsáveis pelos atendimentos estão um Pastor Luterano, uma Assistente Social, um Psicomotricista, uma Fisioterapeuta e dois estagiários/voluntários do Curso de Psicologia. Os grupos de apoio à família são oferecidos concomitantemente ao atendimento dos filhos. São realizados semanalmente nas quartas-feiras na Universidade Luterana do Brasil, no prédio 55, com duração de 90 minutos. As intervenções são realizadas a partir de técnicas específicas de relações interpessoais. A equipe responsável pelas atividades propõe ao grupo, vivências de situações que visam ajudar os participantes a alcançar seus objetivos de crescimento pessoal, a troca de experiências afetivas, a melhora da auto-imagem, da auto-estima, consciência dos papéis sociais e reconhecimento de sintomas do desequilíbrio emocional, visando trabalhar o empoderamento destas famílias. Dentro das nossas observações identificamos que muitos dos problemas podem ser minimizados, se as famílias tivessem a oportunidade de refletir sobre suas realidades, assim melhorando o entendimento das situações as quais cercam seu cotidiano. Uma das demandas evidentes é a falta do diálogo entre os membros da família; a falta do mesmo gera ruídos e conflitos que acabam ficando insustentáveis para uma convivência familiar. Através da construção de estratégias, nestas relações de poder, visando o fortalecimento destas famílias, buscamos o resgate da autonomia, da identidade, da auto-estima, da cidadania e da participação destes na sociedade. Os resultados são expressivos, pois os familiares relataram no decorrer do projeto que ocorreram mudanças em seus comportamentos diários e com relação ao cuidado de seus filhos com deficiência. Estudos dessa natureza podem contribuir para que familiares de pessoas com algum tipo de deficiência possam melhorar sua qualidade de vida favorecendo o autoconhecimento e a aquisição de repertório para enfrentamento, assim desenvolvendo a capacidade de resiliência.

Palavras Chave: Atendimento a Família. Espaço de Escuta. Deficiência.

REFERÊNCIAS

ACOSTA, Ana Rojas; VITALE, Maria Amália Faller. (Org.). Família: redes, laços e políticas públicas. 4.ed. São Paulo Cortez, 2008.

FALEIROS, Vicente de Paula. Estratégias em Serviço Social. 3.ed. São Paulo: Cortez, 2001.

VIVIAN, Aline Groff. Teorias Psicoterápicas I- Psicanálise e Psicoterapia. (Lâminas de sala de aula). ULBRA. Canoas. 2013.