Última alteração: 10-09-2018
Resumo
Introdução: Este estudo é uma reflexão acerca da experiência na prática de alunos vinculados ao SECODIE (Serviço de Consultoria em Desenvolvimento Institucional Escolar), do curso de Psicologia da Ulbra-Guaíba que foi realizado em três escolas estaduais do município de Guaíba com adolescentes do terceiro ano do ensino médio. Nessa perspectiva foi possível observar uma demanda de adolescentes com possíveis sintomas depressivos. A depressão consiste em um distúrbio que pode atingir o ser humano nos diferentes estágios da vida (CRIVELATTI, DURMAN, & HOFSTATTER, 2006). A importância do problema da depressão na adolescência vem sendo reconhecida devido ao aumento constante de casos clínicos nesta faixa etária, frequentemente identificados pelos profissionais da saúde mental (BAHLS & BAHLS, 2002; LEVISKY, 2002). Objetivo: O intuito deste trabalho é expor de maneira prática as vivencias e observações sobre a sintomatologia depressiva e ao aumento de casos de suicídios entre os adolescentes e, elucidar a necessidade do papel do psicólogo na instituição escolar na promoção e prevenção da saúde mental. Metodologia:
Este estudo contempla uma descrição narrativa baseada na literatura disponível sobre sintomas depressivos em adolescentes e a atuação do psicólogo escolar. Resultados: Durante a prática percebeu-se através de comportamento, como baixa autoestima em alguns adolescentes com possíveis traços depressivos, sendo isso indiferente de classe social ou poder aquisitivo. Isso remete o fato de quando questionado sobre suas habilidades, alguns adolescentes responder que não possuem nenhuma, a baixa autoestima faz com que o aluno tenha um comportamento de insegurança e muitas vezes, deixando de participar de alguma atividade pedagógica com receio de não saberem responder ou fazer corretamente. Conforme relato de professores, a família está cada vez mais ausente no ambiente escolar, possivelmente em função da entrada da mulher no mercado de trabalho, ou separação dos pais, os papéis familiares tiveram que se adaptar a novos valores e conceitos familiar e os filhos estão se sentindo cada vez mais sozinhos e em consequência a insegurança prevalece. Uma das professoras disse que muitos alunos que tem comportamento violento é uma forma de manifestar a carência afetiva diante da ausência da sua família, tanto na escola, como até mesmo dentro da sua própria casa. Não resta dúvida de que a situação de bem-estar das crianças e dos adolescentes encontra-se diretamente relacionada à possibilidade de manterem um vínculo familiar estável. A definição segundo a qual o objetivo básico do psicólogo escolar é “ajudar a aumentar a qualidade e a eficiência do processo educacional através da aplicação dos conhecimentos psicológicos” (PATTO, 1997). Conclusões finais: Durante a realização da pesquisa, podemos perceber que a relação escola e família é imprescindível para que ocorra uma educação de qualidade. Este trabalho aponta a necessidade do psicólogo nas escolas atuando em conjunto com os professores, e a família para que todos possam ter um maior entendimento e compreensão diante da problemática que estamos vivenciando com tantos adolescentes depressivos. Quanto maior a presença dos pais no âmbito escolar, mais eles se sentirão responsáveis e comprometidos em se tratar da vida escolar e pessoal dos filhos e assim conseguir construir uma resposta que não seja a de tirar a própria vida. A família pode ter tanto o poder de influenciar na contribuição da depressão em seus filhos diante da falta de diálogo, quanto da recuperação do adolescente depressivo, pois, a depressão não é um problema isolado e sim um conjunto de fatores, onde o suporte familiar faz um importante papel em conjunto com a intervenção psicológica. Deste modo, a atuação do psicólogo escolar deve proceder preferencialmente antes que o problema apareça, usando para isso, da observação como uma ferramenta de extrema importância na promoção e prevenção da saúde.