Última alteração: 10-09-2018
Resumo
INTRODUÇÃO: Diversas alterações estruturais, fisiológicas e emocionais ocorrem com a mulher durante as 40 semanas de gestação, porém, em 20 % dos casos há o desenvolvimento inadequado do período gestacional, podendo prejudicar tanto o feto quanto a mãe. Algumas alterações podem surgir e caracterizar uma gestação de risco, como as situações hipertensivas, o diabetes gestacional, infecções maternas e outras doenças ou disfunções pré-existentes, ameaçando o bem-estar do binômio materno-fetal e comprometendo o desfecho da gravidez (RODRIGUES et al., 2017).
Nesses casos, a gestante necessita de um acompanhamento mais frequente e de orientações para lidar com a situação, e em caso de risco de parto prematuro, algumas podem permanecer internadas em hospitais especializados para monitorização e acompanhamento do caso (LENZ, FLORES, 2011). Diante destas situações, vêm sendo dedicado esforços aos cuidados à saúde materna e quais os principais aspectos que envolvem este cuidado e qual a caracterização de indicadores que possam reproduzir a intensidade de sua ocorrência (MOURA et al., 2018).
A fisioterapia, é a área que poderá atuar minimizando desconfortos causados pelas mudanças corporais, orientando e ensinando aspectos relacionados a conscientização corporal e cuidados de saúde nesse período, através de atendimentos individuais nos hospitais que oferecem o serviço de atenção a gestante de risco ou atendimentos em grupo (BIM, PEREGO, Jr-PIRES, 2002). O presente estudo buscou realizar um levantamento de dados das gestantes que estão internadas na casa da gestante, nono andar do Hospital Universitário Ulbra Canoas GAMP, relatando os principais fatores relacionados à saúde e características socioeconômicas das gestações de risco.
METODOLOGIA:
Inicialmente foi realizado um levantamento das gestantes que estão internadas na casa da gestante, nono andar do Hospital Universitário Ulbra Canoas GAMP, através dos prontuários das mesmas e após liberação da médica do andar. Após realizado o levantamento as alunas voluntarias, realizaram um questionário estruturado com perguntas, relativas a identificação, idade, estado civil, nível de escolaridade, e dados referentes a idade gestacional, tempo de pré natal, número e condições de outras gestações e por fim perguntas sobre o conhecimento da gestante sobre o assoalho pélvico, períneo e controle urinário, toas estas perguntas foram feitas individualmente nos quartos das gestantes que concordaram em participar do projeto.
Esse acompanhamento foi realizado semanalmente, sempre com novas gestantes que estavam internadas no hospital, nos casos em que uma gestante já entrevistada ainda estivesse internada no andar, a mesma recebia orientações sobre conscientização corporal, e ativação perineal.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
No período de março a junho foram atendidas 28 gestantes, com idade média de 35, 9 anos, e foi observado que 78,57% destas não souberam responder do que se trata o períneo, constatando-se a falta de conhecimento da mulher sobre o seu corpo. Destas 28 mulheres, 12 apresentaram 8 anos ou menos de estudo, o que leva a correlacionar a falta de conhecimento sobre o corpo com o baixo nível de escolaridade.
Dentre os principais motivos que fazem com que estas mulheres se encontrem internadas na Casa da Gestante do Hospital Universitário Ulbra Canoas estão o diabetes gestacional (17,85%), infecção urinária (10,71%) e pré-eclâmpsia (49,98%), destas, 10 referem já ter sofrido aborto, e já terem em média 4,6 gestações.
Visto que o períneo é uma região do corpo humano onde se encontram os genitais e um conjunto de músculos denominados assoalho pélvico, que tem como função a sustentação do peso dos órgãos abdominais e de constituir o canal de parto, a gestação pode causar fadiga nessa musculatura devido à sobrecarga que o mesmo suporta durante o período gestacional (MOURA, MARSAL, 2015). A fisioterapia durante o período gestacional apresenta o benefício de prevenir e reduzir os sintomas durante a gravidez, o parto e após o parto.
A perda urinária foi uma queixa apontada em 35,7% das gestantes entrevistadas. A incontinência urinária pode ocorrer em até 30 a 50% das mulheres grávidas e sua prevenção apresenta eficácia quando realizada através do treinamento muscular do assoalho pélvico assim como a atividade física apresenta efeito benéfico na reação contra a prevalência de pré-eclâmpsia e hipertensão gestacional, visto que o exercício leve a moderado durante a gravidez proporciona benefícios para a mãe e seu bebe (KAMPEN et al., 2015).
CONSIDERAÇÕES FINAIS: Após o levantamento das informações no andar do hospital fica evidenciado que a maioria das gestantes não possui informações sobre o assoalho pélvico e sua importância nesse período, destacando a importância da inclusão de serviços de fisioterapia que além de realizar intervenções deve orientar e educar sobre a anatomia envolvida, beneficiando assim a gestante em diferentes momentos, podendo estender os benefícios dessa orientação e intervenção para o puerpério e ao longo da vida da mulher.