Última alteração: 11-09-2018
Resumo
Introdução
O Núcleo de Estudos em Gênero (NEG) é um projeto de extensão, que ocorre na Clínica de Estudos e Práticas em Psicologia da ULBRA-SM. Foi desenvolvido com o intuito de promover estudos sobre as temáticas de gênero, o núcleo supre uma carência de reflexões sobre o tema nos espaços acadêmicos e práticas comunitárias. Há importância em tratar estas temáticas atualmente, onde se percebe a grande incidência de preconceito e indiferença com as minorias.
METODOLOGIA
Durante o primeiro semestre de 2018 foram realizadas duas rodas de conversa com a temática do feminismo negro. Foram convidadas militantes e pesquisadoras desta vertente, que abordaram suas questões teóricas, suas experiências e histórias de vida. O espaço oportunizou discussões que tiveram como resultado um aprofundamento mais coeso com a realidade destas mulheres.
DISCUSSÕES
O feminismo tem inicio no século XX, o perfil das ativistas feministas no país era instituído, sobretudo, de mulheres com formação universitária, de classe média e urbana. A luta ganha destaque na saúde com a criação do Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM), primeiro programa governamental direcionado a saúde das mulheres brasileiras. Após a criação do PAISM, novas demandas começaram a ser debatidas nas décadas de 1980-1990. Diante da influência do feminismo anglo-saxão, dá-se início a um período de crítica pelo fato do feminismo ser liderado por mulheres brancas, urbanas e classe média. Neste sentido, o 3º Encontro Feminista da América Latina e do Caribe, em 1985, foi valioso para o movimento. Foi neste encontro que as ativistas apresentaram suas questões relativas à luta contra a violência doméstica, ao combate a práticas racistas no mercado de trabalho e a assuntos relativos à saúde, como mortalidade materna e saúde reprodutiva e sexual das mulheres negras (CARNEIRO, COSTA & SANTOS, 1985).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Na história brasileira, a abolição da escravidão não foi acompanhada por justiça social, promovendo práticas racistas e desiguais. Assim, resultou em vulnerabilidades que se configuraram a partir do sexismo, estereótipos e erotização, os quais comprometem o reconhecimento profissional, os relacionamentos afetivos e a autoestima das mulheres negras. O movimento feminista negro batalha por igualdade racial e de gênero, assumindo resistência frente aos sofrimentos e comprometimentos (PRESTES & VASCONCELLOS, 2013).
REFERÊNCIAS
DAMASCO, Mariana Santos; MAIO, Marcos Chor and MONTEIRO, Simone.Feminismo negro: raça, identidade e saúde reprodutiva no Brasil (1975-1993). Rev. Estud. Fem.[online]. 2012, vol.20, n.1, pp.133-151. ISSN 0104-026X. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-026X2012000100008.
PRESTES, C.R.S; VASCONCELLOS, E.G. Mulheres negras: resistência e resiliência ante os efeitos psicossociais do racismo. Pambazuka News, ed. 63, nov. 2013.