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CONSTRUÇÃO COLABORATIVA DE SABERES NA PRODUÇÃO DO QUEIJO COLONIAL
Fernanda Fabero Guedes, Joel Cardoso

Última alteração: 10-09-2018

Resumo


O queijo produzido de forma artesanal, conhecido como queijo colonial, é um produto muito apreciado e consumido pela população do Rio Grande do Sul. Sua  fabricação é uma tradição passada de geração para geração começando com os imigrantes que trouxeram a receita ao Estado, sendo hoje considerado um produto típico gaúcho. Por não possuir um padrão específico de fabricação, legislação própria (RTIQ) e em muitos casos inspeção, ainda sofre restrições no mercado nacional. Com a regulamentação os queijos artesanais terão a produção e comercialização legalizada incentivando o investimento na atividade, ainda dominada pela informalidade, e permitindo sua comercialização em território nacional. A valorização dos queijos regionais é um importante indutor para a economia e turismo local, além de ser uma alternativa de renda e de permanência na propriedade rural. Estudos feitos sobre a entrada de recursos nas propriedades mostram que metade da renda corresponde à venda do produto, contrariando o que se pensava que o alimento era uma atividade secundária. Este trabalho tem como objetivo resgatar a história, criar uma identidade de origem, avaliar e comparar as características físico-químicas dos queijos coloniais de produção caseira e agroindústria familiar de diferentes regiões do RS, além de realizar encontros entre produtores, pesquisadores e técnicos da EMATER para devolução dos resultados. Em um primeiro momento visitou-se as propriedades rurais onde coletou-se amostras de queijo e aplicou-se um questionário para conhecer a matéria-prima e o processo de fabricação utilizado. Para determinar as características usou-se a metodologia descrita na IN nº 68/2006 do MAPA. Foram recebidas 175 amostras, conforme descritas no gráfico 1. Os resultados obtidos a partir dos questionários (Tabela 1) mostram que não existe padronização no processo de fabricação dos queijos e que existem diferenças significativas nas variações dos parâmetros físico-químicos analisados (Tabela 2). Os queijos das agroindústrias familiares e de fabricação caseira das regiões analisadas  mostraram-se úmidos e gordos. É muito importante realizar o retorno aos produtores, apresentando os resultados  para que conheçam o seu produto e com isso proponham melhorias para produção de um queijo de qualidade e maior valor agregado.


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