Última alteração: 10-09-2018
Resumo
A acne é uma patologia que atinge grande parte da população em algum período da vida. Em geral, surge na puberdade em consequência ao aumento da produção de hormônios sexuais, acometendo ambos os sexos. Em uma sociedade que valoriza o belo e tem padrões estéticos pré-estabelecidos, a pele pode ser considerada um “cartão de visitas”, que atrai, os olhares críticos e exigentes dos indivíduos. Quando íntegra e saudável, promove a relação entre as pessoas e facilita o seu desenvolvimento nos aspectos social, emocional, financeiro e sexual. Porém, quando acometida por afecções cutâneas, podem trazer sérias consequências. A autoimagem é um aspecto físico que se refere ao modo de como a pessoa se enxerga e se percebe. Já a autoestima é o sentimento que a pessoa tem em relação à sua autoimagem, como a pessoa se interpreta e se vê. Portanto, a autoimagem gera a autoestima, que afeta a relação que o Eu constrói nas pessoas; com uma baixa autoimagem consequentemente terá uma baixa autoestima. Essa alteração estética pode gerar um impacto psicológico negativo em pacientes com acne juvenil, desencadeando baixa autoestima, o objetivo nesse trabalho foi verificar se tratamentos estéticos poderiam melhorar a autoestima desse público. Em 2018/1, os acadêmicos do curso de Bacharelado em Estética e de Tecnologia em Estética e Cosmética realizaram atendimentos de alunos de escolas publicas situadas no Bairro São José do Município de Canoas, com n total de 16 participantes. Os atendimentos foram realizados em sessões de 60 minutos. Os atendimentos visavam aos cuidados com a estética facial e capilar. A avaliação dos níveis de autoestima foram realizadas utilizando a Escala de Rosenberg antes da sessão e imediatamente após. As respostas da escala geraram um dado numérico que ia de 1 até 4, sendo 1 considerado baixa autoestima e 4 autoestima saudável. Os resultados foram apresentados com média±erro padrão, e a comparação estatística foi realizada pelo Test-T Student não-paramétrico. A partir dos dados coletados, não foi possível observar resultado estatisticamente significativo entre o pré e o pós-tratamento. O impacto psicológico negativo em pacientes com acne juvenil é um realidade, há evidências de que o estresse psicológico pode produzir exacerbações da doença, pois muitas vezes ocorre a manipulação de lesões pela ansiedade. Nesta fase da vida acne é comum, que pode persistir no resto do adolescência e até na vida adulta, o que leva a alterações no aparência do paciente, deteriorando assim a imagem corporal, auto-estima, altera o relacionamento interpessoal, o trabalho, a escola e até relacionamentos desencadeando depressão e outros distúrbios psíquicos Além disso, destaca-se que os dados apresentados são referentes a uma única sessão e que, talvez, em longo prazo, os resultados poderiam ser diferentes. Embora os resultados não tenham apresentado diferença estatística significativa, essa temática é de extrema relevância. Os pesquisadores do projeto de extensão em Estética e Bem-Estar continuarão a realizar os atendimentos e se empenhando para melhorar a autoestima dos participantes, uma vez que mais pesquisas acerca do assunto são necessárias. Pode-se dizer que o paciente com acne juvenil afeta sua qualidade e estabilidade de vida emocional, portanto o tratamento estético desta afecção pode amortecer e reverter algumas das suas sequelas psicológicas. Atualmente, é necessário que os profissionais conceituem a acne juvenil como uma doença que, ao afetar a imagem corporal, pode levar a repercussões psicológicas, alterando o estado mental do paciente. O tratamento deve ser abrangente, precoce, o que vai além de melhorar a condição física do paciente com "espinhas e espinhas". Em muitos casos, pode influenciar para que o paciente tenha melhores atitudes, melhorar a sua aparência a médio prazo e evitar cicatrizes que podem ser permanentes.