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“CHEGUEI TODA MACHUCADA NA DELEGACIA”: RELATO DE EXPERIÊNCIA DAS TRIAGENS PSICOLÓGICAS REALIZADAS EM UM JUIZADO DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
Última alteração: 10-09-2018
Resumo
Considerada por diversos órgãos nacionais e internacionais de saúde como um problema de saúde pública com caráter de urgência, a violência conjugal tem afetado muitos relacionamentos. Diante disso, o Núcleo de Apoio aos Direitos da Mulher (NADIM) da Universidade Feevale, através dos alunos extensionistas, atua auxiliando as mulheres atendidas no Juizado da Violência Doméstica do Foro de Novo Hamburgo, visando proporcionar às beneficiadas a produção, a socialização e a efetivação dos seus direitos, através de ações interdisciplinares. Dentre as ações, está o acolhimento psicológico jurídico oferecido às vítimas de violência. O objetivo desse estudo é relatar a experiência como extensionista do projeto nessa prática. O serviço disponibilizado presume um atendimento psicológico, com duração de 30 a 50 minutos, o qual é oferecido às mulheres após a audiência de julgamento da medida protetiva. A escuta atenta e acolhedora permite a conexão com os sentimentos da cliente e, através disso, pode-se identificar quais são as demandas psicológicas envolvidas. É possível perceber que o sentimento mais prevalente é o medo. Em geral, elas têm medo de perder a guarda dos filhos, sentem-se desprotegidas, relatam a necessidade de um recomeço e reconhecem a possibilidade de enfrentar tempos difíceis depois da separação. Após a supervisão do caso, as mulheres são encaminhadas para serviços de psicologia de acordo com as demandas apresentadas. Caso a demanda seja relacionada ao sofrimento em relação à violência conjugal os atendimentos podem ser realizados pelas estagiárias do Projeto de Extensão. Outras demandas são encaminhadas à Clínica-Escola da Universidade e/ou Serviços da Rede Pública. Por fim, a experiência torna necessária a compreensão dos aspectos que compõem o fenômeno da violência e como esses impactam em nossa prática extensionista. Contudo, é notório que, ao compreender os caminhos que levaram aquela mulher até ali não são passíveis de julgamento, e sim, de empatia e compaixão. Dessa forma, a prática de extensão nos permite auxiliar na reconstrução de uma outra mulher, reconhecedora de suas possibilidades e autora de sua própria história.
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