Última alteração: 10-09-2018
Resumo
Dada a grande fila de espera para transplante de órgãos e tecidos e a necessidade do aumento de captação de órgãos, é importante tanto a realização de campanhas para aumentar o número de doadores quanto de formação adequada para que os médicos estejam capacitados para a inclusão de potenciais doadores nos protocolos de doação de órgãos. Tendo em vista essa realidade, o presente estudo teve por objetivo analisar a intenção de estudantes de medicina em serem doadores de órgãos. Foi realizado um estudo observacional analítico transversal com os estudantes do Curso de Medicina da ULBRA. A amostra foi composta de 528 estudantes, sendo 372 mulheres (70,5%) e idade média de 23,4 ± 3,6 anos. Um total de 129 (24,4%) estudantes cursava o primeiro ano, 112 (21,2%) o segundo ano, 105 (19,9%) o terceiro ano, 95 (26%) o quarto ano, 61 (11,5%) o quinto ano e 25 (12,8%) o sexto ano. Em relação à intenção de doação de órgãos, 449 (85,9%) estudantes tinham intenção de doar, 9 (1,7%) não tinham intenção, 54 (10,3%) ainda não decidiram e 11 (2,1%) não haviam pensado a respeito. No Brasil, a doação depende da autorização de algum familiar, sendo fundamental informar a família sobre a decisão de doar. Sendo assim, os estudantes foram questionados sobre esse quesito e 371 (71,1%) relataram ter informado sua família sobre a decisão de doar ou não órgãos. Sobre a doação voluntária de medula óssea, 72 estudantes (13,6%) informaram serem cadastrados no programa nacional. Confrontados com a questão de autorização da doação de órgãos de um parente com morte encefálica, 447 (85%) estudantes autorizariam a doação. Quando perguntados sobre doação de órgãos e tecidos, 100 (18,9%) estudantes consideram que sua universidade proporciona embasamento teórico suficiente para o estudante de medicina e 283 (53,6%) não consideram embasamento suficiente. Desta forma, percebe-se que a maioria dos estudantes possui intenção de doar de órgãos, mesmo que poucos tivessem experiência com transplantes.