Última alteração: 10-09-2019
Resumo
Roedores de estimação com afecções dermatológicas estão entre as casuísticas comuns na rotina veterinária, tendo diversas origens etiológicas. Neste sentido, relata-se um caso clínico atendido no Hospital Veterinário da ULBRA - Canoas, em que um rato Twister (Rattus norvegicus) de estimação, com cerca de 1 ano de idade, foi levado para consulta por apresentar intenso prurido, com lesões autoinfligidas disseminadas pelo corpo. O animal apresentava boa condição corporal e vivia sozinho em um ambiente considerado adequado para a espécie. Após exame físico, verificou-se dermatite ulcerativa e, com objetivo de identificar a origem, foram coletadas amostras de pelos e pele através de raspado, assim como suabes das lesões. Os pelos foram coletados por arrancamento ao redor das lesões com auxílio de pinça e as amostras de pele foram coletadas com lâmina de bisturi para pesquisa de ácaros e fungos. Através de exame microscópico direto dos pelos e pele, foi identificado o ácaro Chirodiscoides caviae, um ectoparasito comum em porquinhos-da-índia e que pode infestar outros animais de estimação. O exame microbiológico identificou apenas microrganismos comensais de pele. A conduta terapêutica foi medicamentosa, com uso de selamectina na dose de 6mg/kg por via tópica em dose única. Dois dias após a aplicação do fármaco, o animal não apresentava mais prurido. A selamectina é uma avermectina conhecida por sua segurança e facilidade de aplicação, sendo um fármaco de escolha para tratamento de infestações por ectoparasitos. As afecções dermatológicas têm potencial de gerar grande estresse e predispor a infecções secundárias por microrganismos, sendo importante o diagnóstico correto para instituir-se terapêutica de acordo com o caso, visando o retorno da saúde e bem-estar do paciente.