O presente trabalho relata o atendimento, no setor de Diagnóstico por imagem do Hospital Veterinário da Ulbra (HVU) de um indivíduo de tatu-galinha (Dasypus novemcinctus), de vida livre, com histórico de trauma de origem desconhecida, apresentando sinal clínico de dispneia severa com agravamento do quadro à manipulação. A auscultação pulmonar não evidenciou alterações no trato respiratório inferior, o que levou à suspeita clínica de obstrução da passagem do ar no trato respiratório superior. A radiografia de crânio latero-lateral direita evidenciou fratura completa oblíqua com desvio rostral do osso nasal. A reação inflamatória provocada pela fratura, além da alteração de conformação óssea, gerou secreção que ocupou os orifícios e ocluiu parte da entrada de ar. Foi utilizada uma sonda nasal a fim de promover a abertura da cavidade nasal e proporcionar maior conforto respiratório ao animal. A terapêutica instaurada foi meloxicam 0,1 mg/kg SID por 3 dias e tramadol 5 mg/kg BID por 3 dias; o paciente permaneceu sondado para melhorar a respiração e foi alimentado com papa composta por ovos, carne, frutas, minhocas e tenébrios durante os dias de internação. Com a terapêutica instalada houve melhora do quadro respiratório e diminuição da produção de secreção nasal, levando ao retorno do comportamento natural do paciente. Buscando não prejudicar os instintos necessários à sua sobrevivência na natureza, optou-se por sua soltura 3 dias após o exame de imagem, que foi autorizada pelo órgão estadual competente.